quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Intervalo infinito

Um intervalo em mim
constatei um intervalo
um espaço entre parênteses rectos
onde nada crescia
dei conta que não o vi
não li
não entrei

era mero breu
e Tu do nada apontaste
para um infinito
era eu
plena de intervalos
intervalos que se sucedem
que se tocam
sou eu
um infinito
de possibilidades
força motriz de sonhos
sou eu

uma cara desconhecida
um coração de amor
sou eu
plena por dentro
reconhecida
amada
sou eu
um intervalo em todos os tempos
música no infinito
sinal de divindade
um reencontro
dentro um sol
fora um sol
sou eu
que brilho
contemplo o azul do mar
a brisa boreal
sou eu

que te perdoo a maldade
que te protejo na intriga
que não te odeio na traição
que te dou a mão
até a tua facada perdoo
porque tu és eu
não o posso negar
seria contra a minha fé
te perdoo
porque tenho o infinito em mim
sou eu que também sou tu
desejo-te felicidade
mesmo com a oferta da maldade
te desejo
bondade

porque em mim
não existe espaço
para o ódio
maldade
que existe em ti

somos todos filhos do mesmo cosmo

domingo, 6 de dezembro de 2009

O eco do teu coração

No meu coração o eco do teu…
Na minha mente o teu presente.
Na minha vida a tua vida
Na minha boca o teu sabor
Em mim o teu cheiro
Em minha casa a tua alma
Do meu lado TU ÉS TU,
Em ti EU SOU EU

Sem ti! jamais

Sem ti!
O tempo demora-se
Em fracções de segundo
Intermináveis!
Sem ti!
Segundos prendem-se
na minha lembrança de ti.
A vida corre insensata
Sem sal,
Sem ti!
A vil saudade,
A mágoa eterna
Sem ti!
Ausência de mim
Na dor
Do teu desamor
Mas feliz
Certeza certa de ti
Pois tu existes
No meu ser
No meu querer
Sem ti fico sem mim
Em ti sou eu
Sem ti! Jamais!

Abençoada

Abençoada
agradecida
agraciada
pela mão divina
permaneço rodeada
da abundância
da eternidade almejada
calejada
transpiro trabalho
num suor estenuante
mas brilho no escuro
porque em mim
reluz o brilho do ouro
o sol das vidas felizes
o aroma das flores
o sabor dos frutos
e eu agradeço
porque sou abençoada
sou abençoada

domingo, 15 de novembro de 2009

Minha outra vida - Nha Ines


Minha outra vida
num tempo de uma memória
de uma vida
recém-nascida
um futuro
sem passado
um sorriso angelical
de quem não vê o mal
um bébé,uma vida
um anjo, o meu
a eternidade em mim
um bébé, o meu
eternidade em mim
certeza de que és
na certeza de que sou
nhaines

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Arte

O que é Arte
senão a tal lingua dos mudos
a voz dos surdos
o canto emudecido da dor
a beleza do pormenor
a grandeza do maior
é dor
alegria e beleza
tristeza e felicidade
o transparecer dessa mocidade
revolta na velhice mimada
são prantos de águas que
se arrebentam
no mar dos meus sonhos
são marés de chuvas
doces de rebeldia
são a ousadia
de quem vive sentindo
o que não dizia
são vozes que se levantam
são denúncias que não se calam
é cultura por ela
história da humanidade
que se quer cada vez mais arte
mais humana
arte humana
Human'arte

A luz que me ilumina

Estava perdida
arrependida
estendida
por aí numa avenida
à espera de ser recolhida
e tu do nada
paraste na minha almofada
deste-me guarida
na tua rua protegida
na tua aventura desmedida
deste-me porventura
uma vida
à espera de ser vivida
à espera do ser
a ser
Vida Vivida

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desligado!

Desligado!
Estás desligado!
e eu encho-me de raiva
controlada!
disfarço a vontade
de te ver ligado
a mim!
mas permaneces longe
de mim!
desligado!
quero-te ligado
ligadinho
em mim
liga o telemóvel
compra uma placa unitel
ou da movicel
e liga-te
a mim
em mim

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eu gosto mesmo é de pinacolada

Chamaste-me fingida,
bandida
e eu ri aliviada;
disseste que minto
e eu ri contrariada;
quem te disse a ti,
que não gostava de pinacolada?
Tu!
Gritas enraivecido!
Espelho um laivo uivo,
de quem quer ser abandonada.
Por favor mais uma pinacolada!
Tu! TU!!!!!!!!
Sim?!...Gosto de pinacolada!
Tu! és uma, nem sei!
Porquê?
Sussurro corada...
Enquanto bebo uma pinacolada
Não vês? O ananás é acido!
Cortante
Gritante
Eu sei! Mas não sufocante!
Como tu!
Arrepia
Adocica
Acidifica
mas não me tira o ar
não me sufoca
refresca
anima
eu gosto mesmo é de pinacolada.
Por favor mais uma
PINACOLADA

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sei de alguém

Sei de alguém
que não tem
nem um vintém
sei de alguém
que morre
por um vintém
e sei de mais alguém
que dá um vintém
para ter o que o outro tem
E também sei de alguém
que sabe desse alguém
que dá tudo
em troca desse alguém
tanto alguém
sem alguém
sem vintém
em busca de alguém
e desse vintém
e há quem diga
que vintém é alguém
há quem jure que
não vive sem vintém
e há quem não ame alguém
sem esse vintém!

Não estou!

Boa tarde
Não estou! refilo entre dentes
Bom dia!
Não estou! Não vês que já me fui
Boa noite!
Cum caracaças! Não estou!
E lá eu a dormir e tu:
Boa madrugada!
Boa madrugada! Oh Porra!
Boa madrugada!
Agora estou! Bem acordada
Boa madrugada!
Estou...capaz de te dar uma lambada!
Estou...nem te digo
Repete lá!
Boa madrugada!
Não é que o gajo repetiu
Estou f...dida
Estou Lixada
Estou de mal com a vida!
Acordaste-me
Pois foi respondes
Para te dizer: Boa madrugada
Bom dia
Outra vez!!!!! A porra do Bom e da boa!
Tou cansada!
Tou falada
maltratada
Estou de mal com a vida
Boa tarde...
AIIIIIIIIIIII
Boa Noite
UIIIIIIIIIII
Não...deixa-me dormir
Boa Madrugada!
Nãooooo!
Bom dia!
Xega!!!!!!
Filha quando é que
Acordas para a vida?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

um parentese no tempo

um parentese no tempo
uma pausa onde o som se esvazia
um silêncio que se ouve
um horizonte que se aproxima
um tempo que deixa de existir
numa dimensão onde o eu se ausenta
perante uma solidão imensa
plena de uma dor que nos atormenta
e sentimos o dom das lágrimas
na incerteza do amanhã
na certeza de um passado
e na presença de presente
mas tudo isso é inexistente
perante o gargalhar de uma criança
e o rugir do mar
porque tudo o que vemos não importa
apenas o que sentimos

domingo, 5 de julho de 2009

O prazer de me ter descoberto...




Eu que desconhecia a dimensão do meu ser, tentava vorazmente, encontrar a felicidade no que me rodeava. Justificava as minhas tristezas nos outros, e não me apercebia, que me acomodava a uma vida de escravidão, onde a secreta política do desconhecimento me tornava prisioneira. Em vão lia livros que me indicavam a solução. E nada me demovia desse ego maníaco que a todo custo preferia viver essa ilusão de viver sem coração. Tratava-se de uma sobrevivência, que na promessa de um altar me levava a largos passos a uma cova profunda: A Funda; Mas tudo mudou quando um dia em plena água límpida de um rio me banhei. Perante o cristalino do azul me espelhei e me apaixonei, pelo ser que ali flutuava imerso no cosmos: Era eu reflectida. Eu que em vão me procurava e que eli me encontrava. Era eu, que vivia ali no mais natural do sobrenatural: o tal eu que amava. O tal eu que somente vibrava ao som da música ianudível do universo; aquele som que fazia dançar todas as partículas do meu ser. E como se de um conjunto de gotas se tratasse expandia até um céu ser. E como um céu tudo envolver sem pertencer; tudo ser sem se perder; tudo conhecer sem julgar;
E perante essa imagem me vi, não mais como humana, mas como a tal deusa que em anjo se transforma procurando tornar audível o inaudível; e perante o canto da terra me calei, e deixei que ele como uma serpente me perfurasse o corpo e nele me percorresse desde os pés até a cabeça, saindo dolorasamente por esse olho inconsciente, que vê mundos que a própria mente desconhece; ligada ao centro da terra o magma me percorreu queimando todo o meu karma...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Inspirações

Um blog destinado à sublime arte da escrita...uma forma divina!