domingo, 5 de julho de 2009
O prazer de me ter descoberto...
Eu que desconhecia a dimensão do meu ser, tentava vorazmente, encontrar a felicidade no que me rodeava. Justificava as minhas tristezas nos outros, e não me apercebia, que me acomodava a uma vida de escravidão, onde a secreta política do desconhecimento me tornava prisioneira. Em vão lia livros que me indicavam a solução. E nada me demovia desse ego maníaco que a todo custo preferia viver essa ilusão de viver sem coração. Tratava-se de uma sobrevivência, que na promessa de um altar me levava a largos passos a uma cova profunda: A Funda; Mas tudo mudou quando um dia em plena água límpida de um rio me banhei. Perante o cristalino do azul me espelhei e me apaixonei, pelo ser que ali flutuava imerso no cosmos: Era eu reflectida. Eu que em vão me procurava e que eli me encontrava. Era eu, que vivia ali no mais natural do sobrenatural: o tal eu que amava. O tal eu que somente vibrava ao som da música ianudível do universo; aquele som que fazia dançar todas as partículas do meu ser. E como se de um conjunto de gotas se tratasse expandia até um céu ser. E como um céu tudo envolver sem pertencer; tudo ser sem se perder; tudo conhecer sem julgar;
E perante essa imagem me vi, não mais como humana, mas como a tal deusa que em anjo se transforma procurando tornar audível o inaudível; e perante o canto da terra me calei, e deixei que ele como uma serpente me perfurasse o corpo e nele me percorresse desde os pés até a cabeça, saindo dolorasamente por esse olho inconsciente, que vê mundos que a própria mente desconhece; ligada ao centro da terra o magma me percorreu queimando todo o meu karma...
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